Páginas

quarta-feira, 9 de março de 2011

Cine CCBEU apresenta: "No Turbilhão da Metrópole" de King Vidor




CINE CCBEU*: espaço de exibição de grandes obras da cinematografia mundial e fórum regular de debates sobre arte, cultura e cinema.
Numa parceria entre Centro Cultural Brasil Estados Unidos, Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema (APJCC)  e com o apoio da Rede Norte de Cineclubes, o Cine CCBEU funciona às quintas-feiras,18:30, e apresenta dia 10
 de março o filme  "No Turbilhão da Metrópole" de King Vidor, com comentários de Max Andreone (APJCC) dando sequencia ao ciclo "O cinema americano dos anos 30" .
Ainda em março, serão exibidos os filmes "Inimigo Público n° 1" de William Wellman (dia17), "Loucura Americana" de Frank Capra (dia 24) e "No Tempo das Diligências"* de John Ford, encerrando no dia 30 também com a participação de Max Andreone.

No dia 24 de março às 15 hs, o Cine CCBEU apresenta uma sessão especial para as crianças do filme "Ratatouille" de Brad Bird com comentários de Felipe Cruz e Luana Beatriz, do Projeto Animar.

Sempre com entrada franca!


O cinema americano dos anos 30
O crack da bolsa de Nova York em 1929, reconfigurou o panorama econômico internacional. Em meio ao desemprego e à crescente organização do crime, a América recebia diariamente carregamentos massivos de pobres imigrantes europeus que se aglutinavam na periferia das grandes metrópoles. O país afundava na Grande Depressão. Em meio à crise geral, contudo, a indústria cinematográfica hollywoodiana prosperava absurdamente através do controle dos grandes estúdios sobre toda a cadeia produtiva cinematográfica (inclusive a famigerada distribuição internacional) e graças à ampla recepção popular da linguagem audiovisual clássica, a qual eram mestres e criadores, que mesclava decupagem transparente, espetáculo visual, moral cristã e o recém-nascido som.
Os resultados deste movimento são sentidos até hoje com o predomínio opressivo do cinema hollywoodiano sobre todas as outras cinematografias do mundo.
Nos anos 30, porém, enquanto o projeto de domesticação não se fazia regra, diversos artistas gozavam de algo impensável em anos posteriores e anteriores: liberdade.
Nesta época surgiu o "ciclo de gângsteres" da Warner e Chaplin filmou "O Grande Ditador". O cinema era radical, violento, erótico e subversivo. E não se tratavam de filmes marginais. Eram grandes produções com distribuição mundial. Na aurora da indústria, carteiras e cabeças se abriam ao mesmo tempo para a viabilização da nova arte.
Antes da Segunda Guerra e do Macartismo enrigecerem o cinema americano, havia espaço e condição para as mais díspares e ousadas propostas: do filme mudo tardio ("Luzes da Cidade" de Charles Chaplin) ao teatro filmado ("No Turbilhão da Metrópole" de King Vidor), do policial realista ("Inimigo Público n° 1" de William Wellman) ao melodrama político ("Loucura Americana" de Frank Capra). Havia espaço até para a revolução do gênero mais antigo do cinema, perpetrada por John Ford em seu imortal "No Tempo das Diligências",
Nos anos 30 arte e indústria tiveram o seu primeiro grande romance, com lucros para ambas as partes. No mês de março o Cine CCBEU promove um encontro com este universo lírico que tal qual o teatro grego e a pintura renascentista é um dos maiores patrimônios que a Humanidade legou para as gerações posteriores.
 
Miguel Haoni
(APJCC - 2011)

Sobre "No Turbilhão da Metrópole":

"No turbilhão da metrópole "  mergulha no cotidiano de uma vizinhança  que passa em frente ao prédio residencial  e se apresenta num microcosmo  humano em sua deselegância e verdadeiro na dimensão de seus conflitos.
Feito em 1931, dois anos apos o nascimento do cinema sonoro, King   já havia dirigido dois filmes sonoros Hallelujah!  de 1929 e Billy the Kid de 1930, o som ainda é trabalhado  de forma um tanto precária mas encontra  ritmo na verborragia dos personagens.
King Vidor  foi um cineasta envolvido pela natureza vulgar e dolorosa do mundo, um crente na sobrevivência humana acima de todas as coisas.
O Filme foi baseado em uma peça da Broadway vencedora do premio pulitzer escrita por Elmer Rice que também roteirizou o filme.


Comentários: Max Andreone (APJCC)


Serviço:
Dia 10 de março (quinta)
às 18:30
No Cine-teatro do CCBEU
(Padre Eutíquio, 1309)
ENTRADA FRANCA

Realização: APJCC e CCBEU



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Faça seu comentário. Capriche nas suas idéias. Respeite opiniões contrárias a sua.