Bang Bang. Andrea Tonacci. 1971.
Nenhum sonho pode ser tão lindo quanto a experiência cinefílica de Bang Bang. Finalizado em 1971, rodado em 11 dias com amigos nas ruas de Belo Horizonte, este clássico do cinema marginal é um dos grandes momentos do cinema moderno. Filme de Cinema.
Paulo César Pereio, em performance mais que antológica, é o homem-macaco solitário que vaga no caos da ficção real. Uma família de gangsteres grotescos, em seu encalço, comem, atropelam e atiram em tudo que vêem pela frente. Uma dançarina, acima de toda a cidade, promove a atração. Metacinema lúdico rigoroso, zeitgeist da geração cineasta por vocação, obra-prima na concepção de uma obra perfeita que ultrapassa o que ela própria se propôs. "Eu vejo Bang Bang como um filme em branco", disse o diretor; cabe ao espectador decifrar prismaticamente o sentido da totalidade.
Andrea Tonacci, lançador dos dados, é o mago dos sons/ imagens, o prestidigitador do tempo/espaço. Dominado pelo cinema, e dominando-o, o maior cineasta desconhecido do país imprime em seu primeiro longa-metragem o símbolo do que Jairo Ferreira intitulou "cinema de invenção".
Não existe concessão política, social, comercial ou sentimental. É a liberdade em estado de pura disciplina, a destruição em movimento de revolucionária criação, o prazer espiritual que caminha imponente e sereno na alçada do trabalho manual.
Bang Bang é um milagre, um milagre demasiado humano.
Mateus Moura (APJCC/2010).
Serviço:
03 de novembro (quarta)
às 18h30
No auditório do IPHAN (Travessa Rui Barbosa, esquina da Avenida Governador José Malcher)
ENTRADA FRANCA
Realização: INOVACINE
Apoio: IPHAN
Informações: (91) 8813-1891--
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