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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Cine CASA apresenta "O Ano do Dragão", de Michael Cimino


Cine CASA apresenta "O Ano do Dragão", de Michael Cimino
 
No inicio dos anos 70, Hollywood passava por uma grave crise financeira. A maioria dos grandes estúdios viam sua autonomia descer pelo bueiro; muitas salas de exibição transformaram-se em estacionamentos e supermercados, outras instalações eram alugadas à televisão, uma das opções que os chefões enxergavam para tentar frear o desespero financeiro. Paralelamente, o quadro político americano contraía feridas que marcariam profundamente seu povo. É nesse contexto que nasce a chamada 'Nova Hollywood'; cineastas que marcariam suas obras com uma estética furiosa o caráter angustiado por qual o país passava. Munidos com um arsenal interminável, os senhores da nova onda americana levaram temas fortes às telas, para alguns o nascimento das trevas, para outros o começo da liberdade. Obras amplificaram os problemas políticos e morais; as drogas em "Operação França", 1971, de William Fridklien; corrupção da policia em "Serpico", 1973, de "Sidney Lumet"; a miséria e violência em "Caminhos Perigosos",1973, e "Taxi Driver", 1978, ambos de "Martin Scorsese"; o poder da máfia em "O Poderoso Chefão",1972, de Francis Ford Coppola; o impacto da guerra no Vietnã é visto no épico "O Franco-Atirador", 1978, filme do genial e subestimado Michael Cimino.

Sinopse:

Em "O Ano do Dragão", 1985, o diretor não expõe apenas o mero caminho de um filme policial, ele arquiteta uma jornada poética da degradação humana. Mickey Rourke interpreta Frank White, um personagem brutal que carrega em seu distintivo racismo, egoísmo, violência, rispidez , arrogância e que chega na Chinatown novaiorquina para combater as "tríades", organizações que dominavam o crime. Nos minutos inicias da obra, testemunhamos o assassinato de um dos chefes. O diretor marca seu território fílmico, cortes brutais, um balé cínico de corpos em uma composição confusa e serena. É neste terreno que a obsessão do protagonista vai ganhando força, não existem limites em sua busca, não existem regras, à medida que a investigação avança, seu corpo vai apodrecendo – assertiva confirmada em uma das mais assustadoras cenas que o cinema já viu; quando White entra desesperado em um carro em chamas para retirar o cadáver do assassino de sua esposa. A cena da perseguição em uma boate, o duelo final e a morte do estagiário, refletem a pureza cinematográfica do diretor. Michael Cimino, tal qual o detetive White, desafiou a si mesmo, fez parte deste nebuloso e lírico recorte da sétima-arte. Deixa em o "Ano do Dragão" o que talvez a Nova Hollywood procurou cravar em seus filmes; a beleza da consciência suja.

Serviço:

Dia 11 de dezembro (sábado)
às 18h30
no Centro de Articulação Social e Apoio da Juventude - Av. Gentil Bittencourt, 694, ao lado do Centur
Entrada franca!

Realização: APJCC e Centro de Articulação Social e Apoio da Juventude
Parceria: Rede Norte de Cineclubes

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Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema
Blog: http://apjcc.blogspot.com/
Twitter: @apjccnews


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